Governo conclui rota que liga Amazônia a portos do Pacífico em meio à COP30
Foto: Reprodução/ Prefeitura de Manaus
10/11/2025, segunda-feira
Em meio à realização da COP30, o governo brasileiro concluiu a rota que conecta a Amazônia a quatro portos localizados na costa do Oceano Pacífico, integrando o Brasil a países vizinhos e ampliando as possibilidades de comércio e desenvolvimento sustentável na região.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, concedeu entrevista exclusiva à CNN para detalhar a conclusão da rota, que combina hidrovias e rodovias e atravessa a maior floresta tropical do planeta.
Os esforços junto aos governos de Peru, Equador e Colômbia começaram em 2023 e foram finalizados agora, em novembro de 2025, com a conclusão da dragagem do Alto Solimões, processo que tornou o trecho do rio navegável.
"Mesmo ainda não inaugurada pelo governo federal, essa rota já está funcionando. Antes ela funcionava muito precariamente. É a rota mais sustentável [do plano de integração do governo] porque ela é toda fluvial, atravessa o Rio Solimões, o Rio Madeira, o Rio Amazonas", afirmou Tebet.
Rota sustentável e de integração regional
A conclusão da rota ocorre em um momento simbólico, durante a COP30, conferência mundial sobre mudanças climáticas. Segundo o governo, um dos principais benefícios da nova infraestrutura será escoar produtos da bioeconomia amazônica para diferentes regiões da América do Sul e, especialmente, para a Ásia, pela costa do Pacífico.
"Para garantir a floresta em pé é necessário dar meios de subsistência às pessoas amazônicas. A rota estimula que as cooperativas, que vão do pescado ao coco, do coco ao açaí, do açaí à borracha, possam ter maior competitividade. Essa rota tem um único objetivo: cortar caminho", explicou a ministra.
Além de impulsionar a bioeconomia, o governo espera que a rota fortaleça a exportação de máquinas, equipamentos e outros produtos industrializados da Zona Franca de Manaus, ampliando o comércio com países latino-americanos e asiáticos. A infraestrutura também deve melhorar a logística para importações e estimular o turismo ecológico, com o uso de embarcações de baixa emissão de carbono.
Crescimento do comércio na fronteira amazônica
No primeiro semestre de 2025, as exportações que passaram por Tabatinga (AM) — município localizado na tríplice fronteira com Colômbia e Peru — tiveram crescimento expressivo, surpreendendo o governo federal. O salto ocorreu antes mesmo da conclusão de obras importantes, como a instalação de aduanas na fronteira e as dragagens no Rio Solimões.
"Essa rota em 2024 teve fluxo comercial maior que o registrado nos sete anos anteriores somados. Embora a rota ainda tenha um fluxo pequeno de mercadorias, houve um crescimento grande. Ela leva um potencial extraordinário para uma região muito empobrecida", destacou Tebet.
A Rota Amazônica
No território brasileiro, a Rota Amazônica é 100% hidroviária, o que a torna o trajeto mais sustentável entre as cinco rotas do plano de integração sul-americana coordenado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO).
O percurso tem início em Manaus (AM), seguindo pelo Rio Solimões até o município de Santo Antônio do Içá (AM), onde se divide em dois caminhos principais:
- Primeira rota: segue para a Colômbia pelo Rio Putumayo até a cidade de Puerto Asis, de onde uma rodovia leva ao Porto de Tumaco, no Pacífico.
- Segunda rota: segue para Iquitos, no Peru, e se subdivide em três alternativas:
- Pelo Rio Napo até Francisco de Orellana (Equador), com acesso rodoviário ao Porto de Manta;
- Pelo Rio Marañón até Yurimaguas (Peru), seguindo por estrada até o Porto de Paita;
- Pelo Rio Ucayali até Pucallpa (Peru), e depois por rodovia até o Porto de Chancay.
A Rota Amazônica representa um marco para a integração logística e econômica entre o Brasil e os países andinos, além de reforçar o compromisso com o desenvolvimento sustentável da região. Ao unir bioeconomia, comércio e preservação ambiental, o projeto busca transformar a Amazônia em um polo de prosperidade para quem vive e trabalha em seu território.
Com Informações da CNN/ Foto: Reprodução/ Prefeitura de Manaus
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